As interrupções das operações em 2020, provocadas pela pandemia, obrigaram a indústria de Alimentos e Bebidas a repensar os seus negócios para adequação ao novo cenário. De acordo com a pesquisa “Agenda 2021” realizada pela Deloitte e divulgada no ano passado, 40% das organizações do setor realizaram vendas online após o início da crise da Covid-19. Entre as organizações que aumentaram o investimento nos canais online, 35% afirmam que o fizeram devido à crise.
Agilizar o tempo de entrega no mercado, segurança alimentar, resiliência do supply chain e criação de modelos omnichannel foram alguns dos desafios enfrentados pelas empresas do segmento e as respostas para esses desafios deveriam nortear as companhias na resolução das dificuldades, mas também, prepará-las para capitalizar oportunidades futuras.
Para isso acontecer será necessário recorrer às novas tecnologias, cruciais para otimizar recursos, minimizar o desperdício de alimentos e, ao mesmo tempo, maximizar a produção. Não será uma tarefa fácil, mas deve-se ficar atento com as principais tendências de inovação para o setor. Confira a seguir, 5 principais previsões que podem acelerar a transformação digital na indústria de alimentos e bebidas.
1) Migração para a nuvem
A nuvem é um ótimo recurso para criar robustez e agilidade dos negócios e a maior vantagem é a integração com a Internet das Coisas. Com uma estrutura de cloud computing, integrada com sensores de IoT, é possível armazenar, processar e analisar um volume infinito de dados, com o benefício adicional de redução de custo, escalabilidade e segurança.
Ao adotar uma solução na nuvem, a empresa terá a oportunidade de implementar mudanças significativas e ágeis, ao invés de realizar um longo projeto de TI que não será escalável, além de exigir da operação dar um passo atrás antes de avançar.
Nesse contexto, posso afirmar que teremos uma corrida para a jornada na nuvem em 2021, pois à medida que muitas organizações deverão impulsionar a excelência operacional e os melhores resultados, além do interesse necessário de preparar o seu negócio para o futuro, mesmo em cenários de incertezas.
2) Omnichannel
Em 2020, restaurantes e supermercados presenciaram um crescimento das entregas em domicílio, alterando drasticamente a demanda dos produtores de alimentos. É improvável que essa tendência volte aos níveis anteriores à pandemia, já que os consumidores se acostumaram a pedir os produtos pela internet. Adotar uma estratégia omnichannel vai tornar a empresa menos vulnerável e capaz de conquistar uma fatia maior do mercado.
Contudo, mesmo antes da pandemia, o comportamento dos novos consumidores já indicavam ser necessária uma mudança na relação entre marcas e clientes. A nova geração quer fazer pedidos e ter respostas instantâneas para as suas dúvidas, um exemplo disso é o avanço do uso de chatbots, que podem fornecer informações sobre ingredientes ou recomendações de preparação de alimentos ao consumidor na hora que ele quiser. Outra grande vantagem é a possibilidade de capturar um grande volume de dados sobre produtos e clientes, o que pode impulsionar a inovação do negócio.
3) Indústria 4.0
Até agora, é incipiente a adoção do conceito de Indústria 4.0 na cadeia produtiva de alimentos. Temos alguns experimentos como reconhecimento de imagem em equipamentos de inspeção, dispositivos IoT em lavouras ou em linhas de produção. Mesmo assim, em busca de otimizar recursos de forma significativa, as empresas devem investir em IoT para conduzir suas operações, por exemplo, as máquinas de produção podem receber sensores para capturar dados como temperaturas e outros parâmetros de qualidade de alimentos.
Quem não seguir por esse caminho em 2021, continuará contabilizando prejuízos de receitas. Não vejo outra maneira senão pavimentar a construção de uma plataforma 100% digital instalada para capturar dados e conectá-los aos seus sistemas ERP.
4) Data driven
Extrair dados é uma estratégia necessária e eficiente para orientar as melhores tomadas de decisões. Um bom exemplo é ter uma visão geral do embarque internacional das safras, para ter o controle do tempo estimado de chegada no exterior e das condições de armazenamento dos produtos durante o transporte, de modo que a qualidade seja preservada. O acesso aos dados também é importante para estender o controle para fora das quatro paredes da fábrica, garantindo assim, a redução do desperdício de alimentos até minimizar os riscos à segurança alimentar.
5) Transparência total
O comportamento da nova geração de consumidores se torna um diferencial competitivo para as empresas que conseguem assimilar esse novo hábito de consumo. Adaptar-se ao novo cenário e remodelar-se em tempo real com as tendências exige esforços de todos os integrantes da cadeia produtiva. Para atender essa demanda, é essencial controlar todo o ciclo de vida dos produtos. Só assim os consumidores poderão ter acesso às informações sobre o caminho da comida até à mesa.
Conclusão
O Brasil é uma potência em alimentos e bebidas, sendo um dos maiores produtores do mundo. Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA), o setor contribui com 68% da balança comercial do Brasil e responde por 17% das exportações do país.
Mas assim como outras indústrias, a de alimentos e bebidas enfrentará muitos desafios em 2021 e a alternativa está, mais uma vez, na capacidade de modernizar os seus processos. Uma estratégia bem sucedida de transformação digital no segmento será o grande diferencial ao longo de todo o ano.
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